Onde Estás? Onde Está o Teu Irmão?
E chamou o SENHOR Deus ao homem e lhe perguntou: Onde estás?
Gênesis 3.9
Disse o SENHOR a
Caim: Onde está Abel, teu irmão? Ele respondeu: Não sei; acaso, sou eu
tutor de meu irmão?
Gênesis 4.9
São reveladoras e têm muito a nos
ensinar estas duas perguntas de Deus Pai, o Soberano Senhor, a seus filhos, em
momentos distintos, no início da história.
Desde o princípio da História Deus se revela, como Soberano Criador. Como estamos, em relação à nossa vida espiritual ("onde estás?" Gn.3.9), e em nossa relação/interação com o próximo ("onde está o teu irmão?" Gn.4.9)
Meditemos sobre
essas duas perguntas, e seus claros desdobramentos. Lembrando mais uma vez, que não por acaso, Deus nos deixa essas instruções já no início da história.
I - Onde Estás?
O Senhor, certamente, sabia onde Adão estava e por onde esteve andado,
muito além do que um sentido físico/geográfico. Quando Deus fez a pergunta, certamente
queria (e quer) ouvir, do homem uma confissão. Portanto, a pergunta
perscrutadora, é dirigida também a nós, e visa nos fazer pensar sobre nós
mesmos. Procurando sempre nos aprofundar no conhecimento, e seus desdobramentos, para que não vivamos uma vida rasa e superficial. Pensemos então, à partir dessa pergunta, sobre nossa real condição espiritual? Nossas lutas?
O quê representa tentação para nós, consequentemente onde ou em quê temos
pecado? Com o quê estamos gastando nosso tempo? Em quê temos meditado? do quê
temos nos alimentado? Ou ainda, o quê temos engolido? Assim como para Adão,
essa pergunta mostra que os nossos olhos se abriram, e deveriam permanecer
fechados, para muitas coisas. Para que continuássemos desfrutando as coisas
boas dadas por Deus, com simplicidade.
Quando o Apóstolo Pedro quis saber além o que era necessário naquele
momento, Nosso Senhor respondeu sucinta e diretamente “O que eu faço não o sabes agora; compreendê-lo-ás depois.” João.13.7 Entre outras coisas, a pergunta feita a Adão, e também a nós, tem o
propósito de nos fazer pensar sobre quem deve ter a primazia em nossa vida.
Portanto, ela tem, uma boa relação com o grande Mandamento, ensinado
por Nosso Senhor: “Amarás o Senhor, teu Deus, de todo o teu coração, de toda a tua alma, de
todas as tuas forças e de todo o teu entendimento; e: Amarás o teu próximo como
a ti mesmo. Lucas 10.27
Então, a pergunta feita a
Adão é reflexiva e requer confissão genuína, como quando Nosso Senhor mandou o
Apóstolo João escrever para a Igreja em Éfeso:
Conheço as tuas obras, tanto o
teu labor como a tua perseverança, e que não podes suportar homens maus, e que
puseste à prova os que a si mesmos se declaram apóstolos e não são, e os
achaste mentirosos;
e tens perseverança, e suportaste provas por causa do meu nome, e não te
deixaste esmorecer.
Tenho, porém, contra ti que abandonaste o teu primeiro amor.
Lembra-te, pois, de onde caíste, arrepende-te e volta à prática das primeiras
obras; e, se não, venho a ti e moverei do seu lugar o teu candeeiro, caso não
te arrependas.
Tens, contudo, a teu favor que odeias as obras dos nicolaítas, as quais eu
também odeio. Apocalipse 2.2-6
Onde
podemos destacar pontos positivos, como:
- · O trabalho (O teu labor).
- · O esforço contínuo (perseverança).
- · Firmeza nas convicções (não podes suportar homens maus).
- · Tens perseverança, e suportaste provas por causa do meu nome.
Destacamos
também, a exigência de confissão e arrependimento, como segue:
- · O reconhecimento da mudança de direção. (Abandonaste o teu primeiro amor)
- · Necessidade de sincero arrependimento (Arrepende-te e volta à prática
das primeiras obras.)
Note que
o Senhor teceu elogios àquela Igreja, mas não deixou de apontar suas falhas e exigir
um retorno as primeiras práticas.
II - Onde Está o Teu Irmão?
O Nosso Deus, também quer que assumamos
a responsabilidade de prestar contas uns dos outros. Onde estão teu irmão, teus
filhos, tua esposa (o), teu amigo? Onde estão Física, emocional e
espiritualmente falando. Note que o Senhor ao fazer a pergunta, também
perscrutadora, a Caim esperava (e espera de nós) uma resposta sincera e também
uma confissão. Notemos ainda, que a pergunta incisiva surge, exatamente, quando Caim se levanta
contra seu irmão Abel. Quando a unidade foi quebrada, por motivo da inveja e pensamentos
pecaminosos. A resposta ‘malcriada’ de Caim, e o 'silêncio de Deus' também nos ensina algo muito
importante: ”Não sei; sou eu acaso tutor
de meu irmão?” Gn.4.9. O juízo declarado por Deus na sequência deixa claro
um sonoro SIM! Somos responsáveis um pelo outro!
Observemos que a mesma pergunta tempos depois, de certa forma, foi feita
a José e a seus irmãos Gn.37ss. Os irmãos de José deram uma resposta,
absolutamente diferente da deste. Podemos notar que responderam de uma forma muito
parecida com Caim, embora com nuances diferentes, até pelo contexto. Eles se
antecipam a pergunta com mentiras. Deus não quer que mintamos sobre os nossos,
sobre nossas relações e sentimentos. José por sua vez teria motivos para
responder da mesma forma que Caim, e não ser misericordioso para com seus
irmãos. Mas, nos dá uma lição de como devemos responder o mal com o bem, como
nosso Pai nos trata reiteradas vezes.
Essa pergunta feita a Caim também
nos remete ao Grande Mandamento, senão vejamos:
Amarás o Senhor, teu Deus, de todo o teu coração,
de toda a tua alma, de todas as tuas forças e de todo o teu entendimento; e:
Amarás o teu próximo como a ti mesmo. Lucas 10.27
Então, somos
ensinados, em toda a Bíblia, o quanto essas perguntas devem permear o nosso
caminhar, e como devemos viver como discípulos e servos do Altíssimo.
Uma
última leitura importante, para o momento, está nos Evangelhos. Aprendemos ali,
com o Senhor Jesus, qual deve ser nossa
resposta a esta pergunta feita a Caim e a nós:
Falava
ainda Jesus ao povo, e eis que sua mãe e seus irmãos estavam do lado de fora,
procurando falar-lhe. E alguém lhe disse: Tua mãe e teus irmãos estão lá fora e
querem falar-te. Porém ele respondeu ao que lhe trouxera o aviso: Quem é minha
mãe e quem são meus irmãos? E, estendendo a mão para os discípulos, disse: Eis
minha mãe e meus irmãos. Porque qualquer que fizer a vontade de meu Pai
celeste, esse é meu irmão, irmã e mãe. Mt.12.46-50
Sigamos ao Senhor, e façamos a vontade de Nosso Pai
celeste.
Podemos falar com propriedade, lendo e meditando
nestes textos do início da história, o Grande Mandamento ensinado por nosso
Senhor, e em todo o restante das Escrituras, da importância de sermos vigilantes
em todos os nossos passos nesta vida. Devemos sempre, dar a Primazia ao Senhor,
em nossas vidas. Devemos também, atentar para a sublimidade de
ajudar-nos uns aos outros. Com estas duas atitudes estaremos, conforme palavras
de Nosso Senhor cumprindo toda a Lei e os Profetas.
Soli Deo
Gloria
Francisco
Jr